MÁSCARAS:
Quem é que nunca viu ou ouviu falar sobre um baile de máscaras? Quem nunca usou uma máscara na vida, ainda que em festas carnavalescas, ou outras em que o uso desse adereço fosse oportuno?
Todos usamos máscaras na vida. E não as usamos apenas em festas, ou acontecimentos extraordinários, pasmem! As máscaras são adornos presentes no nosso cotidiano, mas as vezes não notamos sua presença, por elas não se apresentarem em sua forma convencional, qual seja, aquele objeto que tapa o rosto da pessoa.
Agora imagino que você já entenda o que estou querendo dizer: sim, máscaras são os artifícios os quais visam, de certa forma, ludibriar o entendimento de terceiros a partir da imagem a qual emitimos. Melhor explicando: por máscaras, nesse texto, entenda-se a ação de transmitir uma falsa realidade a um semelhante, por qualquer meio ou forma. As máscaras visam, dentre outras finalidades, deturpar a impressão que os outros têm do “mascarado”.
As pessoas vivem num eterno carnaval. A vida é um imenso e constante carnaval, e o que muda é apenas o “samba-enredo”. Por exemplo, me lembro de uns dias atrás, quando eu estava de férias. Meu ritmo de vida era outro, completamente diferente do que eu enfrento agora, já que o ano letivo se iniciou. Mencionei esse exemplo para mostrar que tudo é o carnaval, e as mudanças, são as canções mais propícias a cada ocasião. Agora começo a falar sobre as máscaras.
Bastou-me retornar às aulas, ou seja, voltar a conviver com um contingente mais substancial de criaturas humanas, para que eu começasse a refletir novamente. Cada um é um teatro, embora cada um seja nada mais, nada menos, do que... cada um! Cada um se esconde, ou se protege, atrás da “capa”, justamente como o “Conde Drácula” na canção “Eu nasci há 10.000 anos atrás”, do genial Raul Seixas. Há pessoas que se escondem por trás de um sorriso. Há, portanto, sorrisos que podem ser máscaras. Há criaturas que se protegem pela educação, sendo polidas no jeito de se tratar, e esperando ganhar o mesmo dos outros; existem também criaturas que ostentam em suas “fachadas” jóias, roupas da moda, carrões do ano passado, óculos sem grau algum, e, enfim, há muitos tipos de pessoas, com sortidos tipos de máscaras. Até existem máscaras que podem ser positivas para o convívio humano. É o caso de feras sob pele humana que aprendem a controlar seus instintos, mesmo que por fim artificial. Também devem constar aqui, eu ia me esquecer, as pessoas que se escondem atrás de títulos, ora! (Como eu poderia deixá-los de fora)? É por isso que as vezes deixamos de ser nós mesmos, e isso torna o mundo muito chato! Há seres que não são “nada” sem seus títulos, escudos, emblemas, condecorações.
O carro do ano, o título de “melhor doutor do mundo” com formação na Capadócia, a perfumaria francesa, as roupas de grife, as divisas de comandante num uniforme, o dinheiro, a petulância idiota, são apenas “pseudo-barreiras” para que alguém se mostre impenetrável! O Dr. Fulano chega em casa cansado, e na casa dele falta água para tomar banho; a menina que tem roupas de grife fica suando e, à noite, quando chega em seu lar, tem de lavar essa roupa, porque o cheiro de seu “sovaco” é insuportável, e o efeito do perfume francês não perdura mais; o dinheiro dos ricos compra mais pão para o lanche à noite, e também um presunto de melhor qualidade, assim como a manteiga, mas não garante que a conversa à mesa será das mais agradáveis; as jóias enfeitam as balzaquianas belas que desfilam suas curvas pelas quinas dos cruzamentos das ruas, mas essas jóias não injetam educação nem carisma em suas veias tão frágeis quanto às minhas. Isso tudo acontece o tempo todo, e isso tudo são máscaras, embora haja uma infinidade de artifícios que seria inviável citar aqui, dada a extensão deste texto. Entretanto, nem todas as máscaras são de plástico, e nenhuma máscara tem um objetivo realmente importante para as nossas vidas.
E digo mais: se as máscaras existem, é para esconder dos outros alguma realidade a nosso próprio respeito. Daí, num pensamento lógico, concluímos que, se uma realidade deve ser escondida, é porque ela nos frustra, nos envergonha, ou então nos revela realmente comuns, exatamente como a maioria. Poucos são os comuns que se aceitam comuns. Esses comuns (que se aceitam comuns), são, por isso, a meu ver, especiais! São os desmascarados do apocalipse contemporâneo, que é o baile da vida.
Mas máscaras caem. Tudo o que é postiço, um dia cai. As dentaduras caem (só as mal colocadas); as máscaras de carnaval caem, na hora da ressaca; as aparências enganam. Na verdade, nós “somos apenas quem podemos ser”, nada além disso! Mas sonhos, nós podemos ter. É por aí que se pode tratar do assunto. As máscaras “encarnam” os sonhos, já cantados pelos proféticos “Engenheiros do Hawaii”, (na música intitulada “Somos quem podemos ser”).
Um dia provavelmente perceberemos o quão tolos fomos por ter escondido-nos dos outros, e por isso de nós mesmos. Deixaremos as máscaras caírem, se espatifarem no chão, se partindo em mil pedaços, para que outrem recolha os fragmentos, com o intuito de construir outra máscara. Chocaremos a todos num futuro, e nos chocaremos também, diante do espelho, por vermos a realidade, nua e crua. Iremos parar de “interpretar” a obra prima “O teatro de minha vida”, para nos tornar realmente protagonistas dos acontecimentos reais do desenrolar dos fatos que nos compõem, aqueles que se desdobram, nos proporcionando ser agentes de nossa realidade. Um dia seremos ainda enganados pelas máscaras dos nossos colegas do mundo, também mascarados. E também deles as máscaras cairão, cedo ou tarde, como num final de filme “hollywoodiano”, num ciclo que a vida reserva para todos. Enquanto isso, devemos fingir acreditar na festa, ou melhor, no baile de máscaras... Ou podemos tirá-las, se estivermos por demais cansados! Fiquem a vontade.
As máscaras apenas enganam. E enganar-se, é como pegar um desvio na estrada rumo à felicidade, que mora na rodovia do mundo real. Atalhos existem. Mas embora sejam convidativos, são falhos, e não proporcionam segurança alguma ao viajante. Tirar a própria máscara, é assistir a alvorada no paraíso! Então, basta pensar qual o melhor caminho... No fundo, todos nós sabemos. Por último, deixo uma indagação: para que se fantasiar de “Mickey”, se você é, na realidade, um “Pateta”! (Por favor, não fique “Pluto” comigo)!
Quem é que nunca viu ou ouviu falar sobre um baile de máscaras? Quem nunca usou uma máscara na vida, ainda que em festas carnavalescas, ou outras em que o uso desse adereço fosse oportuno?
Todos usamos máscaras na vida. E não as usamos apenas em festas, ou acontecimentos extraordinários, pasmem! As máscaras são adornos presentes no nosso cotidiano, mas as vezes não notamos sua presença, por elas não se apresentarem em sua forma convencional, qual seja, aquele objeto que tapa o rosto da pessoa.
Agora imagino que você já entenda o que estou querendo dizer: sim, máscaras são os artifícios os quais visam, de certa forma, ludibriar o entendimento de terceiros a partir da imagem a qual emitimos. Melhor explicando: por máscaras, nesse texto, entenda-se a ação de transmitir uma falsa realidade a um semelhante, por qualquer meio ou forma. As máscaras visam, dentre outras finalidades, deturpar a impressão que os outros têm do “mascarado”.
As pessoas vivem num eterno carnaval. A vida é um imenso e constante carnaval, e o que muda é apenas o “samba-enredo”. Por exemplo, me lembro de uns dias atrás, quando eu estava de férias. Meu ritmo de vida era outro, completamente diferente do que eu enfrento agora, já que o ano letivo se iniciou. Mencionei esse exemplo para mostrar que tudo é o carnaval, e as mudanças, são as canções mais propícias a cada ocasião. Agora começo a falar sobre as máscaras.
Bastou-me retornar às aulas, ou seja, voltar a conviver com um contingente mais substancial de criaturas humanas, para que eu começasse a refletir novamente. Cada um é um teatro, embora cada um seja nada mais, nada menos, do que... cada um! Cada um se esconde, ou se protege, atrás da “capa”, justamente como o “Conde Drácula” na canção “Eu nasci há 10.000 anos atrás”, do genial Raul Seixas. Há pessoas que se escondem por trás de um sorriso. Há, portanto, sorrisos que podem ser máscaras. Há criaturas que se protegem pela educação, sendo polidas no jeito de se tratar, e esperando ganhar o mesmo dos outros; existem também criaturas que ostentam em suas “fachadas” jóias, roupas da moda, carrões do ano passado, óculos sem grau algum, e, enfim, há muitos tipos de pessoas, com sortidos tipos de máscaras. Até existem máscaras que podem ser positivas para o convívio humano. É o caso de feras sob pele humana que aprendem a controlar seus instintos, mesmo que por fim artificial. Também devem constar aqui, eu ia me esquecer, as pessoas que se escondem atrás de títulos, ora! (Como eu poderia deixá-los de fora)? É por isso que as vezes deixamos de ser nós mesmos, e isso torna o mundo muito chato! Há seres que não são “nada” sem seus títulos, escudos, emblemas, condecorações.
O carro do ano, o título de “melhor doutor do mundo” com formação na Capadócia, a perfumaria francesa, as roupas de grife, as divisas de comandante num uniforme, o dinheiro, a petulância idiota, são apenas “pseudo-barreiras” para que alguém se mostre impenetrável! O Dr. Fulano chega em casa cansado, e na casa dele falta água para tomar banho; a menina que tem roupas de grife fica suando e, à noite, quando chega em seu lar, tem de lavar essa roupa, porque o cheiro de seu “sovaco” é insuportável, e o efeito do perfume francês não perdura mais; o dinheiro dos ricos compra mais pão para o lanche à noite, e também um presunto de melhor qualidade, assim como a manteiga, mas não garante que a conversa à mesa será das mais agradáveis; as jóias enfeitam as balzaquianas belas que desfilam suas curvas pelas quinas dos cruzamentos das ruas, mas essas jóias não injetam educação nem carisma em suas veias tão frágeis quanto às minhas. Isso tudo acontece o tempo todo, e isso tudo são máscaras, embora haja uma infinidade de artifícios que seria inviável citar aqui, dada a extensão deste texto. Entretanto, nem todas as máscaras são de plástico, e nenhuma máscara tem um objetivo realmente importante para as nossas vidas.
E digo mais: se as máscaras existem, é para esconder dos outros alguma realidade a nosso próprio respeito. Daí, num pensamento lógico, concluímos que, se uma realidade deve ser escondida, é porque ela nos frustra, nos envergonha, ou então nos revela realmente comuns, exatamente como a maioria. Poucos são os comuns que se aceitam comuns. Esses comuns (que se aceitam comuns), são, por isso, a meu ver, especiais! São os desmascarados do apocalipse contemporâneo, que é o baile da vida.
Mas máscaras caem. Tudo o que é postiço, um dia cai. As dentaduras caem (só as mal colocadas); as máscaras de carnaval caem, na hora da ressaca; as aparências enganam. Na verdade, nós “somos apenas quem podemos ser”, nada além disso! Mas sonhos, nós podemos ter. É por aí que se pode tratar do assunto. As máscaras “encarnam” os sonhos, já cantados pelos proféticos “Engenheiros do Hawaii”, (na música intitulada “Somos quem podemos ser”).
Um dia provavelmente perceberemos o quão tolos fomos por ter escondido-nos dos outros, e por isso de nós mesmos. Deixaremos as máscaras caírem, se espatifarem no chão, se partindo em mil pedaços, para que outrem recolha os fragmentos, com o intuito de construir outra máscara. Chocaremos a todos num futuro, e nos chocaremos também, diante do espelho, por vermos a realidade, nua e crua. Iremos parar de “interpretar” a obra prima “O teatro de minha vida”, para nos tornar realmente protagonistas dos acontecimentos reais do desenrolar dos fatos que nos compõem, aqueles que se desdobram, nos proporcionando ser agentes de nossa realidade. Um dia seremos ainda enganados pelas máscaras dos nossos colegas do mundo, também mascarados. E também deles as máscaras cairão, cedo ou tarde, como num final de filme “hollywoodiano”, num ciclo que a vida reserva para todos. Enquanto isso, devemos fingir acreditar na festa, ou melhor, no baile de máscaras... Ou podemos tirá-las, se estivermos por demais cansados! Fiquem a vontade.
As máscaras apenas enganam. E enganar-se, é como pegar um desvio na estrada rumo à felicidade, que mora na rodovia do mundo real. Atalhos existem. Mas embora sejam convidativos, são falhos, e não proporcionam segurança alguma ao viajante. Tirar a própria máscara, é assistir a alvorada no paraíso! Então, basta pensar qual o melhor caminho... No fundo, todos nós sabemos. Por último, deixo uma indagação: para que se fantasiar de “Mickey”, se você é, na realidade, um “Pateta”! (Por favor, não fique “Pluto” comigo)!