Tudo! Nada!

28.9.01

Para que serve a vida? Já parou para pensar nisso? Qual a razão da nossa existência? Há infinitas explicações, mas ninguém sabe ao certo. É por essas (e outras!) que acreditamos em Deus. É porque há algo fora de nosso alcance, algo que não conseguiríamos ao menos imaginar a razão de ser! Devido a isto, é que temos a certeza de existir “alguém” por trás disso tudo!
Mas a razão da vida não é algo concreto, muito menos, exato. A razão da vida é o fato de poder buscar em si mesmo algum motivo para ir adiante. Alguns não vêem razão para viver, outros vivem intensamente. Mas... por quê?
O porquê, nesse caso, é o mistério que promove a “adrenalina” na trajetória de nossas vidas. Raul Seixas disse que “porque” não existe. Até hoje eu tento compreender essa afirmação daquele guru, mas a única coisa que eu consegui entender foi que, para ele, o porquê não existe em razão de as coisas serem o que são, e ponto final. Creio que deva ser isso, mas não tenho certeza alguma.
O Deus citado no primeiro parágrafo pode ser uma abstração coletiva, porém não unânime, mas ele é fruto de muito estudo também, e é fato que é uma entidade imensurável e indefinível nas formas as quais estamos acostumados a lidar. Prefiro não me aprofundar num assunto tão pessoal.
E então, o que eu falei da razão de viver até agora? Merda nenhuma, eu sei. Mas isso tudo que eu escrevi foi só um monte de baboseira para poder dizer: a razão da vida é intrínseca, individual e intransferível, aliás é por ser assim que as pessoas entram em conflito. A concepção de vida de quem lê esse texto é diversa daquele do que lhes escreve. Busque o seu interior. Descubra-se. Eu ainda não me descobri, também!

27.9.01

As buchas estão enfeitadas
Canhões mil estão à espreita
Quem se deita
Não tem realidade

Um mundo deturpado
Em prol da humanidade
A rebeldia,
A relatividade

A grandeza e o nada
A evolução
É uma obra
Parada!

Latas devoram
A sinceridade
E a moral
Decadência

Triste,
Muito triste.
Aliás, uma mistura
Sem igual!

25.9.01

Sua vida:

Não quero apenas girar a roda
Porque girar a roda é muito fácil
Eu quero dar flechadas
Em bolhas de sabão

Eu quero causar a explosão,
Com os azuis do mar e do céu
Vislumbrar imensidão

Eu não quero ver a moda
Pois quem gira a roda
Não dá flechadas
Em bolhas de sabão

Sei que é um alvo difícil
Mas o incomum quer perícia
E sem graça é
Girar bolha de sabão

Eu quero provocar o óbvio
Esconder o obscuro
Te mostrar o futuro
Que aguarda na esquina

Uma chama se apaga
Vela, parafina! Pára-tudo!
Girou a roda ou
Estourou bolha de sabão?


24.9.01

Eu sou você
Como também sou eu
Nós, somos nós, meu caro
Futuro
Abstrato passado

Rondo o que me cerca
Permaneço parado
Me movendo em ares
Distantes de tudo

Teço uma teia
Que me leva ao infinito
Lembro-me do retrato
De que havíamos falado

Bobagem deixar pra lá
Chuvas e verão
Que a verdade ficará
Para sempre no azulão

Azul do céu
Amor do infinito
A felicidade é triste
Mas é melhor ficar onde estou!