Tudo! Nada!

12.10.01

O TUDO E O NADA!
O tudo e o nada!
Nada é tudo
Tudo não é nada!
Nem o nada deixa de ser tudo, nem o tudo é, por si só, nada

O tudo é pra de vez em quando
Enquanto o nada, ah, este sim,
É para sempre

Já que nem tudo é
Para sempre
Como o nada pode ser para sempre?

Será que o nada faz parte do tudo
Ou o tudo faz parte do nada?
Será que o pra sempre acaba,
Como tudo acaba?

Ou o pra sempre faz parte do nada
Já que o nada não acaba?

Nada é belo
Tudo é feio
Tudo é belo
Nada é feio

Nada é tudo
Tudo é nada
Tudo é belo
Nada é belo
Tudo é feio
Nada é feio

Será que nada
E tudo são a mesma coisa?
Tenho tudo, mas não tenho nada
Não tenho nada, mas tenho tudo!
Ou não tenho?

O homem é um poço de mistérios. Fonte inesgotável de pesquisas, dúvidas, questionamentos e incertezas, o ser humano é, e talvez sempre será, a expressão do imcompreensível.
Dentre outros, um assunto que muito ronda as criaturas inteligentes, é a dita depressão, que consiste em uma queda no ânimo de continuar vivendo. Seja lá qual for a razão, (por quê há de se ter razão para tudo?), esse é um fator que ronda qualquer pessoa “não –alienada”, pois todos temos momentos de reflexão, e, assim, chegamos, vez ou outra, a situações embaraçosas, ou aparentemente sem solução.
A depressão, ando pensando eu, é fruto de falta de ilusão interior. Sim, vivemos de ilusão. Seja a ilusão material, ou espiritual, intelectual, etc. Vivemos bem, ou mal, porque PENSAMOS que somos alguma coisa. No fundo, todo mundo se engana, “encarnando” o personagem que mais lhe faz fascinar! Mas enganação, de um certo ponto de vista, consiste na realidade individual. Contudo, pode-se entender como realidade, o conjunto de ilusões nas quais se crê.
A “depressão”, então, sob meu espectro, se dá, quando do choque entre essas ilusões, ou mesmo ausência, temporária, ou permanente destas. O choque entre elas, acontece quando não sabemos se somos verdes, ou amarelos, numa linguagem figurada. Já a ausência de ilusões se configura quando achamos que não somos aquilo que queríamos ser.
Quando da ocorrência dessas ocasiões, o que se observa nos seres que se encontram nessas situações, é a falta de estímulo para ir adiante. É bom observar que isso tudo não passa, então de uma criação da mente, que pode, inclusive, comprovadamente, levar a males não só psicológicos, mas como também orgânicos. Com esse texto, quero dizer que nos somos produtos manufaturados por nossas próprias mentes!

O espelho é um objeto curioso. Se eu quiser ser mais profundo, posso até ousar dizer que o espelho é uma “entidade” curiosa! Entidade, porque o espelho pode revelar não só o que é físico, como por exemplo o reflexo de nosso rosto, etc., mas como também ter uma denotação metafísica, transcendental.
E é sobre esse lado meio “obscuro” ou “inexplorado” do espelho que eu andei pensando, e vou agora escrever. Pensei eu que, o espelho, basicamente, nos mostra a realidade visual, logicamente, (até aquela que não nos é visível nas CNTP, já que o campo de visão que o espelho nos proporciona é imenso), mas mesmo assim nos cerca, só que invertida. Não acha isso impressionante? Eu acho! Isso é transcendental!
Tome-se como exemplo, o momento em que você olha no espelho e vê o “horizonte” que está logo atrás de você, mas ele não pode ser visto sem auxílio do próprio espelho. Ainda por cima, o espelho nos mostra imagens invertidas, como, por exemplo, as ambulâncias que vêm surgindo no retrovisor do carro com suas letras grafadas de forma tal para que possam ser lidas corretamente no espelho. Se você é um idiota, vai pensar: mas isso é lógico! Lógico por quê? Talvez você esteja tão acostumado a saber que aquilo é assim, que não discuta. Não aceite as coisas como um dogma!
Esse é o fato que faz o espelho romper a barreira da realidade. No fundo, ele retrata a realidade com alguns toques pessoais, e isso é magnífico. Leia-se por toques pessoais, a inversão das imagens, o campo de abrangência, entre outros.
O espelho é um troço maluco, mesmo, porque, você, ao fazer a barba, mexe para um lado, e a sua mão (reflexo), vai pro outro. É isso que eu quis dizer. Tô de saco cheio!

10.10.01

O AVIÃO
Andei meio “desprovido” de idéias, mas parece que estas voltaram das férias. Pois foi sobre o avião, em sentido amplo, que resolvi voltar a escrever meu blog.
É tempo de guerra. E é bem verdade que guerra pressupõe cenas terríveis, chocantes. O combate que se dá no oriente médio, em especial, tem a característica de não se apresentar (ao menos no início), em campo terrestre. É então que entra em cena um grande personagem (quem diria?) das guerras dignas de repercussão global: o avião.
Hoje eu pensei num camarada: Alberto Santos Dumont. Pensei se ele era um inventor tão visionário assim, por vislumbrar que o seu aparelho poderia ser útil de diversas formas, incluindo-se aí, a guerra, ou destruição da vida; ou era um inventor ingênuo, por não perceber isso tudo. Acredito na segunda hipótese, e até já ouvi comentários a respeito disso.
O aparelho “esguio”, exuberante e que passa por nós incólume, transmitindo a idéia de performance incomparável, possibilidades de alcance infinitas, e assim por diante, que é o avião, caiu na cabeça das mentes malignas, também. O meio de transporte rápido, bonito e inconfundível, foi ele mesmo, alvo de idéias que deturparam sua finalidade. Isso é triste, mas real.
O homem não hesita na “arte” de superar a si próprio. As idéias se movem não com a velocidade de um super-sônico, mas com a da própria luz. A inteligência, quando mal aplicada, pode ser o combustível que nos leva ao caos. É aí que se localiza o princípio que rege o uso de uma máquina tão avançada dessas, e que a faz resgatar um passado primitivo, bárbaro. Trocando em miúdos, quero dizer que, uma aeronave sendo usada para combate, é um paradoxo imensurável, ou seja: máquina moderna versus idéia atrasada, que é o conflito.
Será que a evolução tecnológica não pode andar junto da mental? Não se pode deixar uma de lado para se cuidar da outra. A sincronia é peça chave para a evolução. Sincronia entre as descobertas, os pensamentos, o convivívio, etc. A evolução não é física, ela é ideal.