Tudo! Nada!

15.9.01

Olá a todos que não me lêem, e a quem me lê, também. Eu estive pensando outro dia numa questão cultural, que certamente atinge vários lugares do mundo, logicamente de uma forma previamente moldada às suas distintas realidades: o machismo. Pensei eu então que deveria escrever algo sobre isto. Minhas idéias vêm à minha mente sem avisar antes, então, eu fico lembrando delas continuamente, até ter a possibilidade de transportá-las a um arquivo que mantenho em meu pc, com todas as idéias que me surgem.
Bem, essa questão do machismo me apareceu sem eu me lembrar ao certo em qual situação, mas a questão é que sou um observador dos mais atentos quando se fala em relações sociais. Me julgo sempre apto a apreender mais conhecimentos, sejam eles quais forem, nesse "campo" da vida.
O machismo é um monstro aterrorizante, e que se mantém como uma chama acesa graças aos princípios equivocados do comportamento social. Tenho percebido como característica minha quando escrevo, ir definindo algo logo de início, mas gosto de ressaltar que minhas definições carregam em si próprias uma abstração natural, portanto, não tendo eu aquele "cabresto" que envolve não apenas a visão de alguns, mas também suas mentes. É bem verdade que toda e qualquer abstração é subentendida, e depende da criatividade de cada um interpretá-la. Espero que você que lê, entenda isto!
Vamos então ao "miolo do pão": o machismo, tenho notado, é a força maior no Brasil, na relação entre duas pessoas (inclua-se aí, também os casais homossexuais!). As mulheres defendem, elas próprias, o machismo exacerbado, a exaltação da figura e força masculina. Pode ser difícil ilustrar uma cena destas na mente, mas é disso que se valem os exemplos. Quando uma mulher diz: eu não faço isso, isso é trabalho de homem, ela está se utilizando da cultura machista. É fato que os homens exageram na dose, na maioria das vezes, eu sei, mas pensem nos churrascos, nas trocas de pneu, na conta do restaurante: elas te remetem a quem? Ao "macho".
Isso tudo poder ser modificado. Quando não se estranhar os donos-de-casa, quando mulheres pilotarem aviões, forem presidentes de nações e homens exercerem, sem preconceito, atividades antes destinadas às mulheres, na maioria das vezes.

14.9.01

Eu havia mencionado que iria escrever sobre outra coisa: o amor. Mas o assunto que vou abordar hoje é: "porcaria nenhuma". Por quê "porcaria nenhuma"? Porque sim, ahahahahahahha! Porque a porcaria nenhuma é o ingrediente que falta na sociedade atual. Todos andam preocupados com a merda do mercado de trabalho, a melhoria das condições individuais de cultura, a globalização, a bolsa de valores, ou a cotação do dólar, ou seja, um monte de merda que nem sempre é o item mais importante para que a vida se torne efetivamente melhor. Uso palavrões porque são eles quem melhor traduz as idéias que quero expressar, e daí? Sou assim mesmo! A cultura exibicionista, o "status", o dinheiro, o carro do ano, o saco cheio do Papai Noel (já tô de saco cheio do Papai Noel!), e, enfim, o mundo material é a riqueza cultivada pela maioria esmagadora de seres "descerebrados" que habitam este mundo. Não sou radical. Se você acha que você mesmo não é descerebrado, converse com um vizinho seu: provavelmente, se você não é, ele certamente o será! Mas... e aí? É só isso? Claro que não. Estou aqui para provar que não, como um professor de matemática prova que a+b=x! Logo, a partir dessa operação, percebemos que os burros deturpam as coisas por falta de perspicácia, e atribuem às variáveis valores que nada têm a ver com elas, não é verdade? Eu sei. Cada um atribui os valores que quiser às variáveis, de acordo com seus conhecimentos.
Você deve estar se perguntando, neste momento: mas em que isto tudo se relaciona com a "porcaria nenhuma"? Em tudo! Simplesmente tudo. A porcaria nenhuma (esse é o nome que eu convencionei!) é o tempo de reflexão, é o famoso "parar pra pensar", é o observar a vida de um outro ângulo, pois é assim que se vive produtivamente. O improviso não existe! O improviso é fruto de um pensamento previamente existente, o que faz o improviso ser o inexistente. Por isso, quando dizem que você não faz nada, ou faz "porcaria nenhuma", se você tem um pouco de sensibilidade, certamente estará pensando nos fatos da vida, de uma maneira genérica, ou até específica de uma situação que esteja vivenciando. Se você é burro, estará pensando em algo pra fazer errado, e aí começa o seu caminho rumo ao abismo. Caso contrário, o tempo à toa, é o mesmo que pode te trilhar ao sucesso. Entenda por sucesso realização individual na vida, seja ela da maneira que for. Então, quando alguém ri de você porque você não anda fazendo nada de convencional, ria, para não chorar da ignorância que mora dentro de uma pessoa dessa estirpe. E sorria para você, te parabenize, pois é raro ser assim. Achei bonito, interessante e curioso quando o Renato Russo disse: "tenho quase certeza que eu não sou daqui". Acabou.

Mídia: palavra utilizada incansavelmente nos dias atuais. A mídia é isso, ou a mídia é aquilo. Muito se fala, ou se escreve sobre a mídia, mas pouco se entende. Lógico que não é minha intenção fazer com que alguém entenda a tal da mídia a partir de uma definição minha. Minhas definições são sucintas somente para mim, o resto é mera coincidência. Mas, para explicar o que acho sobre a mídia, tenho que expressar um conceito absorvido por mim através de observações deste fenômeno: "mídia" é a fonte da qual emana a influência de fato exercida nos humanos através de meio de comunicação.
Portanto, percebe-se o poder da dita cuja. É verdade que nos dias atuais, a mídia influencia negativamente, piorando as vidas das pessoas de uma maneira avassaladora. Mas isso se dá graças à vontade do próprio povo, já que o objetivo "midiocrático" não rompe as barreiras do lucro, ou da ganância desmedida! Isso se traduz em uma vida vazia, já que o que gera dinheiro é o que é veiculado. Não importa aos seres que detêm algum poder de mando nos veículos de comunicação, a ação consciente que culmine num progresso intelectual da sociedade, mas única e exclusivamente o tamanho da cifra que será arrebatada!
Por isso, digo que a mídia é uma empacotadora de fatos, ou seja, os envolve e molda conforme suas tendências, e de acordo com a conveniência de quem a dirige, em qualquer situação.
Então, vale a afirmação: a mídia é desvinculada das notícias imparciais, pois aquela é ditadora de opinião, e não formadora. Abaixo à "midiocracia"!

Na minha próxima empreitada, escreverei sobre o amor e suas conseqüências. O amor existe? Sim, mas o amor é o genérico. O amor específico existe em bilhões de corações, e ninguém conhece e nem conhecerá este sentimento, exceto o seu próprio! ALVORADA!!!!

13.9.01

Pensamento que ouvi de um colega meu hoje, quando nós filosofávamos: "quando o mentiroso diz: eu minto!, ele fala a verdade, ou isso é mentira?" Pensem nisto!

Já parou pra pensar no que é certo e no que é errado? Eu também. Talvez nossas conclusões sejam divergentes, pode também ser que não!
O certo é aquilo que entendem como o bonitinho, o bom, o positivo, o louvável, e, em suma, aquele que mereces os mais nobres predicados. O conceito de certo é aplicado, invariavelmente a atitudes dos seres. Bem, ao ler isto aqui você pode estar pensando: que cara burro! Já vai precisando sobre algo abstrato. Mas essa exatidão com a qual eu afirmo que o certo é aplicável só às atitudes dos seres é, ela própria, de uma abstração imensurável. O mesmo é para o errado!
O errado: é o negativo, é o que foge da norma, é o que não é convencional, ou agradável à maioria. É o reprovável, condenável, diferente, enfim, segue esta linha de raciocínio.
PARE! Não existe o certo e o errado. Não existe o errado e o certo. Não existe. Posso partir de um ponto em que esses conceitos se misturam, ou mesmo sejam invertidos, para a satisfação de alguém que ouse pensar de forma diversa da que nos foi exposta como um dogma.
Para isso, temos que trabalhar com exemplos extremos: eu acho que o céu é verde. Agora, você que lê, diz que ele é azul. Eu indago: por quê? Para você aquilo é certamente o azul. Eu julgo que sua idéia é errada, porque o certo é chamar a cor do céu de verde.
Outro exemplo. Para mim, o céu nem existe! Estou certo, na minha concepção, pois aquilo lá em cima se chama aquário. Mas você diz que aquilo é o céu. Para você, aquilo se chama céu, e isso é o certo.
Concluindo, pois já por demais me delonguei, quero explanar que o certo e o errado, como tudo na comunicação entre os seres nada são além de nomes, que são atribuídos a conceitos tão frágeis que não se agüentam em seus próprios alicerces. Nem tudo é o que é. Algumas coisas são aquilo que queiramos que elas sejam. E são.

12.9.01

O espiral está à espreita: sou sugado por ele com a força de uma ventania surpreendente, não há saída! O espiral é preto-e-branco, e vai se revelando infinito. Não vejo nem uma luz no final, pode ser que eu esteja errado. Mergulhando eu continuo. Um vácuo ocupa meu estômago, que é como se eu estivesse num lugar sem gravidade. Perco os sentidos. Agora é esperar para ver, pois não sei mais distingüir a realidade daquilo que se mostra virtual. A partir de um certo momento, me sinto parte da viagem, estou integrado ao material celeste que me circunda. Estou dissolvido. Não acredito na existência, isso já é idéia de um passado que durava até uns dois minutos atrás, porém, estou viajando nesse túnel há uns 200 anos, e não vejo o que tem pra chegar. Minha trajetória continua: curvas, loopings, cruzamentos, retas vertiginosas. Ninguém foi visto, eu também já não sou mais ninguém, porque sou pura energia. Nada é materializado aqui.
Uma luz parece dar o ar da graça. O que eu era antes já não é mais parâmetro para o que sou agora. É impossível descrever! A luz se revela próxima, e o cilindro em que me encontro aumenta de calibre, até se misturar com a atmosfera luminosa a qual me deparo... Caso raro! Vejo no ar partículas brilhantes. Brilham mais que o ar da manhã, e viajam mais rápido que a luz. A luz é materializada aqui, e a sombra pode ser encoberta com pitadas de luz. Não é um mundo, não é lugar algum. Aqui não existe tempo. O tempo foi inventado em algum lugar, mas aqui nada se sabe sobre ele. Não há pessoas, estamos loucos. Um som curioso, muito agradável, se mistura comigo, na medida em que flutuamos unidos. O prazer é transcendental. Paisagens belíssimas, porém diversas das que eu já tinha vivenciado, no gênero. A falta dos sentidos convencionais não é importante, jamais, aqui. O universo homogêneo deve ser um outro lugar, uma outra dimensão.
Sinto um apito, daqueles ultrassônicos. Minha mente explode, fogo! Fogo para todos os lados, um alçapão se abre. Cai um manto azul. Abro os olhos, estou deitado na rede da varanda e chove, chove muito lá fora.

Tudo: um dia como hoje, um dia como ontem. Nada: um dia como hoje, um dia como ontem. Amanhã: não é sabido. Isso é o que me fascina, é esse o raciocínio lúdico que transcende a barreira do fundamental. Nada é tudo, e nem tudo é nada. Nunca diga sempre, nunca diga nunca. Pensamentos não são normatizados. Os pensamentos martelam a cabeça de cada um de acordo com a capacidade e velocidade de processamento. Às vezes sou um foguete, outras delas sou uma bela tartaruga. Essa é a vida. A vida é Jerry McGuire, a vida é terremoto, a vida é o pássaro que canta de manhã; é um idiota que escreve textos 100 sentido de madrugada sem saber porque, é sono que bate a porta, mas ninguém deixa entrar. O engraçado é escrever sem ter nada o que falar! Parei por aqui, porque me cansei. Um beijo a quem me lê! O que está escrito em mim?



11.9.01

Bem, depois de vários dias tentando lidar com o "blogger", e estando ciente de que eu estava configurando tudo da maneira correta, descobri que o "template" que eu havia escolhido era o erro que me impedia de publicar meus escritos. Então, configurei tudo de novo, e aqui estou eu, pronto para escrever e publicar, sendo este último tão excitante quanto o primeiro verbo. Vou escrever, realmente, sobre o tudo, e o nada! Ou não!