Tudo! Nada!

23.12.01

UM DIA

mais um dia vem
ele vem com o sol
que traz movimento
e traz luz

mais um ciclo,
uma jornada
que nada,
é só um dia comum

como uma poesia,
uma padaria,
a loja abrindo
e o funcionário atrasado


é a buzina da esquina,
a hora do rush.
almoço
olha o moço entregando carta

a menina que se derrete por ele
tipo parafina
barulho, um estrondo
é um avião passando
e chamando a atenção dos velhinhos que
se viram para vê-la

é de tarde
o sol já nem arde tanto
o céu azul vai escurecer,
igual a ontem de noite
igual a amanhã, quando amanhecer

ao escurecer vem a paz
vem o vento leve que sopra a leste
como e faz o mundo balançar suavemente
como um navio de cruzeiro

vem a lua e diz que não podemos viver na escuridão
que a noite é bela
e é nela que as almas se encontram

tem a musica e o barulho dos bares
tem os meninos e meninas passeando
e investindo num futuro que já é certo
mas que insiste em provocar

mas só que, nessa hora os senhores,
os jovens de ontem já dormem,
pois esperam o mesmo sol que passou por aqui ontem
e que deixou uma beirada do paraíso pra lua, coitada
tão pequenina, mas disse que daqui a pouco ele volta.
ela aceitou e cumpriu o trato!

mas amanha ela volta.
e todo dia é assim...
isso é um dia.
um dia comum.