Tudo! Nada!

15.10.02

Elvis Presley:

Sou mesmo um seguidor fanático do joãopaulismo.
Muitas vezes, sou a própria doença,
E, em mim, encontro a cura.
Sou meu causador de desavenças, e promotor da minha loucura.

Sou tudo o que em mim é profano,
Mas consigo ser a minha salvação.
Tenho possibilidade de arder em meu próprio inferno,
Embora eu seja também o céu.

Me viram na rua, e eu era um mentecapto de botas.
Me viram na lua, e eu era um gênio alvoroçado.
Em mim, há revoluções por minuto,
Mas eu sou mesmo, é um ser atemporal.

Minha bíblia é minha vida.
O meu câncer são os outros.
E minha cura são os outros.
Mas tudo isto está em mim.

Sou meu Deus, e meu diabo.
O punhal que mata, e a mão que trata bem.
O carinho e o horror.
Crio meus motivos de crise,
E salvo-me com amor.

Minha mente é o altar dos meus santos
Que enfrentam de forma voraz os meus medos,
Vizinhos daqueles.

Eu assombro as assombrações que me acompanham,
E elas se assustam comigo.
Eu espanto fantasmas, e atraio gente.
Chamo a chuva e ela vem.

Eu fico invisível, igual ao Paulo Coelho.
Eu faço chover, faço sol.
Faço bola de neve em país tropical,
E maremoto em país sem que nunca foi insular.

Me sinto um Estado soberano, independente.
Mas eu preciso de todo mundo pra viver.
Preciso sempre ser um "eu e você".
Mas, na verdade, "eu e você", se resume ao "eu".

Não existe pra mim oceano,
Existe a imensidão que minha mente ainda não ocupou.
A insanidade é uma ciência exata que eu
Não me preocupei em explicar até agora.

Continuo sendo minha música particular.
E também sou meu filme de ficção,
Minha arte e meu fracasso.
Mas sou o principal troféu da minha vitória constante.

Sou o último a chegar, mas sempre sou o vencedor.
Perdi muitas vezes, por isso, sou o vencedor.
Quando estou ganhando demais, é porque
Corro o risco de perder.

Vivo sendo o contrário,
Porque ando junto com tudo
Quanto é simétrico.
E isso me dá tédio.

Sou o cordeiro na pele de lobo.
O esperto que sabe que é bobo.
Um metro e setenta pra mim,
Poucos centímetros para poucos.

Continuo sendo o bordão mais antigo,
Daqueles todos, criados por mim mesmo!
Estou sozinho na multidão.
Sou o irriquieto proveniente da bagunça da minha mente

Tenho que repetir que sou a topeira mais genial.
A anta que pensa.
O enigma de tudo que já foi desvendado.
O relógio da hora certa, que chega sempre atrasado.

Não me entendo, mas estou bem.
Ninguém se entende.
Sou apenas "eu".

E todos vocês são apenas um "eu" também.
No mundo, só existe "eu".
Aliás, o mundo é cheio de "eu".
Você mesmo, é só "eu".

Os outros são a ilusão da mente.
Porque só "eu" é real.
O resto é invenção
Dos programas de televisão.

Concretizei minhas ilusões,
E agora não há mais volta.
Enganei a verdade,
E vivo uma mentira tão bem contada,
Que nem eu sei mais onde isso tudo começou.

Meus ouvidos são Frank Sinatra,
E meus olhos são o Pablo Picasso dividido por dois:
um é o Pablo, o outro Picasso.
Minha boca é o gourmet do restaurante francês.
E meu traseiro, é o carro mais politicamente correto, com poltronas de couro sintético.

Meus dedos procuram casas para morar, espalhe a notícia!
Não importa se eles vão morar em dó maior, ou lá menor,
Mas eles vivem se mudando, causando barulho
Pelo mundo em que vivem.

A realidade, em tese, é uma só.
Mas há várias micro-realidades nas cabeças
De azeitona que habitam o mundo.
Eu sou uma cabeça de azeitona.

Mas a realidade é bem maior que eu.
Vai ver, ela joga basquete,
E, por isso,
Cresceu bastante ao fazer seus arremessos.

Eu sou gente, mas sou de brinquedo.
Eu ando, falo e penso,
Mas sou programado.
Tenho botão de liga-e-desliga,
Pra quando eu tiver cansado, poder recarregar as baterias.
Vou me desligar.
(Até a próxima)! Adeus a mim mesmo! Tchau!

O homem de gravata:

O homem moderno é tão bacana,
Hoje tudo já não é mais como antes,
O que se dirá então,
Do nosso amanhã?

O homem hoje é perfumado,
Ele joga tênis
E tem computador;
"O homem de gravata".

O homem de gravata, muito prazer.
O homem de gravata, é aquele mesmo que mata!
O homem de gravata, ao invés de pés, as vezes usas as patas
O homem de gravata, um troglodita disfarçado.

Por quê usar a gravata?
Para ser bonito, "empacotado",
E esconder o que há por dentro,
O "homem primata".

O homem de gravata destrói
O homem de gravata constrói,
Ele fabrica, desmonta,
Pensa, voa.
Pra quê tudo isso?
O homem de gravata, a cada dia, um pouco se mata!

Os carrões, a vida moderna.
Os aviões, que bela vista externa.
Os bordões, os chavões e as rimas
Dos simples mortais.

Ai, que saudade das cavernas.
A pacatez das eras que um dia
Eu pensei serem eternas.
Era tudo um outro mundo.

A caverna, vida eterna,
A gravata, o primata,
Os anos que se foram.
Mas ainda somos os mesmos.





Somos os mesmos ainda
De antes.
E somos a cópia do que ainda não somos,
Pois teremos que ser amanhã.

Nos reciclamos,
Abusamos, refugamos.
Somos cavalos disfarçados de bibelô.
Antas travestidas de computador.
Somos a imundície mais reluzente do mundo.

Fomos a expressão mais nojenta do amor.
E estampamos em nossos rostos, a mais nítida foto de horror.
Os animais irracionais são mais racionais que a gente,
Porque não precisam nem falar pra se entenderem.

Mas conosco, tudo é diferente.
Mesmo que você seja uma mulher,
Não passa disso, não. Animais. Somos apenas animais.
Nós homens, também somos animais, seus animais!
O homem de gravata!

Eu não sou
Tão barato quanto um tanque cheio do seu carro
Eu não rio da desgraça alheia
Eu sou como o vento que não veio
O meu mar não é composto de água salgada

O lar que eu pretendo ter
Fica no meio do mato.
Mato sim, a vontade de estar livre
Há boa vontade das árvores em me ajudar
E isto é recíproco!

Eu sou tão comum
Quanto a mais pedida das FMs
Eu sou o contrabando de cigarro,
O espirro do motorista,
E o perfume da dona de casa.

Eu me vejo na prostituta amável
Que roda pelos bares
Com a cara da derrota.
Eu vejo o amor nos arredores
Palpáveis de quem não tem casa
E nem sente mais dor

Eu não sou raro como o ato do terrorista
Eu me identifico com uma singela conquista
Que se mostra na manhã do dia
Seguinte

Eu detesto ser esse "eu"
Eu prefiro ser "nós"
Eu, você, eles.
Eles, você e eu.
Eles, você, eu
Você, eles, eu.

O mundo somos nós.
O mundo não somos eu e o resto.
Eu não tenho pressa de acabar.
Eu gosto de dormir,
Eu gosto de falar.
Por isso escrevo.
Porque eu tenho um desejo.
O meu desejo é segredo.


E eu não sei se um dia
Esse segredo irá acabar.
Porque eu não sei o segredo
Também.

Eu persigo a curva
Ela não se mostra.
Eu tô com o pé na tábua.
Eu piso no freio.
Eu não páro.

Eu vejo o ar.
Eu respiro o azul
Eu enxergo o calor.
Eu imagino o gosto do seu cabelo, menina.
Eu como o fogo.
Eu bebo fogo.
Eu como água.
Eu, como sou doido, como tudo.
Como, bebo, mastigo.
Como quem não quer nada.
Duvido!

Eu relembro a cara do seu passado.
Cara que passou.
Foi uma vida cara.
Foi uma vida, cara!
Cara. Que nada, foi até barata.
Barata, cara, cuidado.
Baratas são voadoras.
Cuidado com as baratas.
Elas são muito caras!
As caras estão aí.
As que estão aí, são caras.

Digo até o que não quero dizer.
Digo que não queria ser você.
Cada um sabe que bom,
É ser quem você pode ser.
Pode ser?

Assim sou.
Ou...
Sou!
Mas eu sou.
Serei. Já fui.
Estou sendo. Sou!

Eu não sou
Tão barato quanto um tanque cheio do seu carro
Eu não rio da desgraça alheia
Eu sou como o vento que não veio
O meu mar não é composto de água salgada

O lar que eu pretendo ter
Fica no meio do mato.
Mato sim, a vontade de estar livre
Há boa vontade das árvores em me ajudar
E isto é recíproco!

Eu sou tão comum
Quanto a mais pedida das FMs
Eu sou o contrabando de cigarro,
O espirro do motorista,
E o perfume da dona de casa.

Eu me vejo na prostituta amável
Que roda pelos bares
Com a cara da derrota.
Eu vejo o amor nos arredores
Palpáveis de quem não tem casa
E nem sente mais dor

Eu não sou raro como o ato do terrorista
Eu me identifico com uma singela conquista
Que se mostra na manhã do dia
Seguinte

Eu detesto ser esse "eu"
Eu prefiro ser "nós"
Eu, você, eles.
Eles, você e eu.
Eles, você, eu
Você, eles, eu.

O mundo somos nós.
O mundo não somos eu e o resto.
Eu não tenho pressa de acabar.
Eu gosto de dormir,
Eu gosto de falar.
Por isso escrevo.
Porque eu tenho um desejo.
O meu desejo é segredo.


E eu não sei se um dia
Esse segredo irá acabar.
Porque eu não sei o segredo
Também.

Eu persigo a curva
Ela não se mostra.
Eu tô com o pé na tábua.
Eu piso no freio.
Eu não páro.

Eu vejo o ar.
Eu respiro o azul
Eu enxergo o calor.
Eu imagino o gosto do seu cabelo, menina.
Eu como o fogo.
Eu bebo fogo.
Eu como água.
Eu, como sou doido, como tudo.
Como, bebo, mastigo.
Como quem não quer nada.
Duvido!

Eu relembro a cara do seu passado.
Cara que passou.
Foi uma vida cara.
Foi uma vida, cara!
Cara. Que nada, foi até barata.
Barata, cara, cuidado.
Baratas são voadoras.
Cuidado com as baratas.
Elas são muito caras!
As caras estão aí.
As que estão aí, são caras.

Digo até o que não quero dizer.
Digo que não queria ser você.
Cada um sabe que bom,
É ser quem você pode ser.
Pode ser?

Assim sou.
Ou...
Sou!
Mas eu sou.
Serei. Já fui.
Estou sendo. Sou!